MEIO AMBIENTE: mundo atinge limite pré-colapso com aquecimento global de 1,5°C em julho

Postado por admin em 15 de agosto de 2023

O Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia reportou que a temperatura média global em julho foi aproximadamente 1,5°C mais alta do que era no período pré-industrial, que terminou no século XIX. Esse aumento representa um limite crucial, alertado por cientistas, que o planeta precisa manter, mas que tem se aproximado rapidamente nos últimos anos. Essa marca foi ultrapassada durante o primeiro mês de verão, após uma série de ondas de calor letais e recordes de temperatura em vários lugares do planeta, além de um aquecimento sem precedentes nos oceanos do mundo todo.

Esse limite de aquecimento global de 1,5 graus é de extrema importância, pois os cientistas o veem como um ponto crucial em relação a eventos climáticos extremos, como calor intenso, enchentes, secas, incêndios florestais e escassez de recursos, que se tornarão ainda mais prejudiciais para a vida como a conhecemos. Uma forma de combater esse problema foi estabelecida no Acordo de Paris de 2015, com o propósito de mitigar os impactos da crise climática e permitir a transição da sociedade e economia para fontes de energia mais sustentáveis, afastando-se dos combustíveis fósseis.

Os dados deste conteúdo foram divulgados pelo portal de notícias CNN Brasil. Clique na imagem para acessar a matéria completa:

A manutenção da temperatura global abaixo desses 1,5 graus não é uma medida diária ou mensal, mas sim uma preocupação de longo prazo para os cientistas. Há uma apreensão em particular com o fato de a temperatura global continuar acima desse limite ao longo do tempo. Até 2022, o aquecimento global já havia alcançado um acréscimo de 1,2 graus em comparação à temperatura média pré-industrial.

Embora ultrapassar o limite de 1,5°C por um curto período, como um dia, uma semana ou um mês, não seja o mesmo que excedê-lo em termos de média a longo prazo, é crucial monitorar a frequência e a duração dessas ultrapassagens, de acordo com Rebecca Emerton, cientista da Copernicus entrevistada pela CNN.

Com o aumento contínuo das temperaturas, os efeitos negativos se intensificarão ainda mais. Os últimos anos deixaram claro que o mundo já está enfrentando impactos alarmantes da crise climática, para os quais muitas regiões não estão adequadamente preparadas. Se o aquecimento global persistir, o planeta enfrentará eventos climáticos ainda mais extremos do que os que já estão sendo observados.

Rebecca Emerton enfatiza que, mesmo um pequeno aumento de temperatura, como uma fração de grau, é significativo, devido aos impactos visíveis que esses eventos climáticos extremos estão causando nas pessoas e no meio ambiente.

De acordo com a Berkeley Earth, organização de dados ambientais sem fins lucrativos, houve apenas 10 meses anteriores que ultrapassaram a marca de 1,5°C acima da média histórica, sendo março de 2023 o mais recente. O fato de essa ultrapassagem ocorrer durante o verão do hemisfério norte é inédito e amplia a gravidade da situação, de acordo com Robert Rohde, chefe da Berkeley Earth. Ele ressalta que ultrapassar esse limite no verão pode levar a extremos climáticos sem precedentes, com impactos diretos e significativos na vida das pessoas.

Os cientistas do Copernicus observam que, à medida que o El Niño continua a se desenvolver, mais quebras de temperatura sem precedentes podem ocorrer. Rebecca Emerton enfatiza que, mesmo se a crise climática não acelerar, mas continuar seguindo sua trajetória atual, é provável que se observem mais dias, semanas, meses e anos com temperaturas recordes e outros impactos no sistema terrestre. Ela ressalta a necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e limitar o aquecimento futuro como uma medida crucial para enfrentar essa situação.

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